otermo “Maus tratos” é definido como o ato único ou repetido, ou ainda, a ausência de uma ação apropriada, que causa dano, sofrimento ou angústia e que ocorre dentro de um relacionamento em que haja expectativa de confiança.
No caso de idosos, os tipos possíveis de maus tratos são:
ABUSO FÍSICO: tapas, beliscões, contusões, queimaduras, contenção física;
ABUSO PSÍQUICO OU EMOCIONAL: insultos, humilhações, tratamento infantilizado, amedrontar;
ABUSO SEXUAL: contato sexual de qualquer tipo, sem consentimento;
NEGLIGÊNCIA: não fornecer os cuidados de que a pessoa necessita; e
ABUSO MATERIAL: apropriação indevida de proventos, dinheiro, bens, propriedades.
Os Conselhos de Idosos (Municipais e Estaduais) são responsáveis por orientar os idosos a respeito de seus direitos. Para isso, seguem leis como: a Constituição Federal, a Política Nacional do Idoso e o Estatuto do idoso.
A história que sugiro hoje problematiza o tema “Maus Tratos” quando apresenta uma questão ligada ao desejo de apropriação indevida de propriedades.
O livro (fotoreprodução da capa acima) começa apresentando um casarão onde moram três tias “tão velhinhas, tão velhinhas”. Clara adora música, Maria cuida da casa e Matilde gosta de plantas. O conflito central da obra é apresentado pela família das tias que quer vender a casa por esta ficar sobre um terreno muito valioso. Ao longo do enredo, as três personagens vivem entre a vida calma dentro do casarão e a vontade da família de possuí-lo.
É bem verdade que um dia, assim como todos nós, as três terão que ir embora desse mundo, pois “o coração já estava ficando cansado”, por isso, a pergunta “o que seria do casarão?” paira no ar ao longo da história nos levando à reflexão a respeito de uma sociedade onde o “ter” supera o “ser”.
Num certo ponto da obra, Maria, uma das tias moradoras do casarão, tem a idéia de doar a casa para “virar um teatro, um lugar vivo, com músicas e sonhos” a fim de que a alegria cotidiana do lugar se mantenha. Então, a história termina com a pergunta: “E a família? A família se reúne, discute, chora”.
E vocês? Não acham o tema relevante numa época em que as relações familiares parecem não estar tão bem? Boa leitura a todos! E, se possível, bom debate nos seus lares e nos seus grupos de convivência.
Foto/capa do livro: Divulgação
Especialista em Acupuntura, Fisioterapeuta, Mestre em Ciência da Motricidade Humana (UCB-RJ), especialista em Neurociência aplicada à Longevidade (IPUB/UFRJ) e presidente da ABA-RJ (Associação Brasileira de Acupuntura do Rio de Janeiro) (clique aqui para falar com o colunista)