Você se abaixa para pegar o sapato e de repente, quando se levanta, dá aquela pontada nas costas? Você está sentado no sofá e, ao se levantar muito rapidamente, sente muita dor ao ficar em pé novamente? Fica muitas horas sentado na hora do trabalho, sem se levantar um pouquinho de vez em quando?
Bem, então você faz parte dos 85% da população mundial que, segundo estimativas da Organização Mundial da Saúde – OMS, terá ao menos um episódio dessa dor ao longo da vida. E, para esses bilhões de pessoas, as notícias são preocupantes.
Pesquisa liderada por Chistopher Maher no George Institute na Austrália, realizada com 973 pacientes naquele país, mostra que um terço deles continuava a sentir dor um ano após o início do problema. Enquanto que, conceitualmente, era esperado que 90% deles se recuperassem em até seis semanas. A dor nas costas passa a ser considerada crônica após três meses.
Para quem chegou ao estágio da dor crônica, a perspectiva de tratamento também não é das melhores. Uma da principais publicações destinadas ao assunto, o “The Spine Journal” (“O Jornal da Coluna”, numa tradução literal), dedicou sua primeira edição deste ano à avaliação das opções de tratamento para lombalgia crônica. Segundo os autores, o problema já começa na hora em que o paciente decide buscar ajuda, sem saber ao certo à quem recorrer. A variedade de tratamento é um problema ainda maior. A publicação reuniu pesquisas sobre aproximadamente 200 opções, entre remédios, terapias, programas de exercícios, injeções, procedimentos cirúrgicos, medicina alternativa, entre outras.
“Cada exercício físico solicita mais de um grupo muscular. A prática da dança pode gerar dor nas costas, mas outras atividades, como a musculação, também podem desencadear dores. A má postura durante os exercícios pode causar inflamação, e muito peso pode forçar a musculatura de maneira incorreta. O ciclismo e o nado borboleta também podem sobrecarregar as costas”, afirma Ricardo Cury, ortopedista e professor da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo.
Carlos Alexandrino de Brito, fisiatra e coordenador da Escola de Postura da divisão de medicina de reabilitação do Hospital das Clinicas da USP (Universidade de São Paulo) enfatiza: “Como a dor nas costas atinge muita gente, os médicos desvalorizam o problema. Em vez de avaliar o paciente de forma adeqüada, receitam um remédio para tratar a dor e não a sua causa.”.
Alguns fatores podem aumentar a chance de dores nas costas como:
– Envelhecimento e perfil genético: Com a idade, há um desgaste natural das estruturas que compõe a coluna, e quem tem um histórico familiar de problemas na região deve ficar ainda mais atento.
– Fumo: O cigarro aumenta o risco de tumores, que podem atingir a coluna, e de osteoporose, com o agravante de os discos da coluna já serem mais porosos que os outros ossos.
– Obesidade: O excesso de peso sobrecarrega as estruturas da coluna. A cada 10 Kg de sobrepeso, há um aumento de 25% no risco de ter dor nas costas.
– Sedentarismo: A atividade física, especialmente os exercícios relacionados ao alongamento, é fundamental para manter a saúde da região.
– Má postura: Manter uma postura adequada em atividades diárias, como sentar ou carregar objetos pesados, diminui a sobrecarga que essas atividades podem gerar nas costas.
– Estresse: Problemas que afetam o estado emocional, como o estresse e a depressão, atingem a postura e geram uma contratura na musculatura das costas.
Pra você que tem dores nas costas, ou se enquadra num dos perfis acima, o melhor remédio ainda é, como sempre cito nesta coluna, fazer exercícios físicos (alongamentos, caminhadas, natação, esportes em geral) regularmente e, quando possível, com o acompanhamento de instrutores, além de exames médicos, quando necessários. Dessa forma, com certeza, você evitará ter dores nas costas no futuro, ou amenizará as que você tem hoje.
Redação do Portal Terceira Idade (clique aqui para falar com a equipe de redação do Portal Terceira Idade)