“Noventa milhões em ação, pra frente Brasil, do meu coração…” Em minha opinião, nenhuma Copa do Mundo teve um hino tão emocionante – cantado com alegria por todos os brasileiros – quanto a de 1970. Eu tinha 12 anos na época, e tive o prazer de assistir pela TV a primeira transmissão ao vivo dos jogos para todo o mundo.
A seleção sofreu para atender as necessidades das emissoras – a competição teve vários jogos disputados sob o sol do meio-dia. Outro tormento para as seleções foi a altitude – o estádio Azteca, onde foi realizada a final entre Brasil e Itália, está mais de 2 mil metros acima do nível do mar.
Considerada por muitos a melhor seleção de todos os tempos, a equipe brasileira que conquistou o tri na Copa de 70 reuniu uma verdadeira constelação. Em campo, craques como Tostão, Rivellino, Gérson, Carlos Alberto Torres e Jairzinho, eram os coadjuvantes da estrela maior: Pelé. O “Rei do Futebol” encerrou com chave de ouro sua participação em Mundiais. No auge da carreira, aos 29 anos, fez 4 gols, o mais importante na final contra a Itália. Com um futebol ofensivo, belo e eficiente, o Brasil encantou o mundo e garantiu o título com autoridade.
Quarenta e quatro anos depois…
Confira, abaixo, uma breve história de três dos principais ícones da seleção de 1970, e o que estão fazendo hoje.
Pelé
Edson Arantes do Nascimento, mais conhecido como Pelé, nascido Três Corações (MG), em 23/10/1940, tem, hoje, 73 anos. Começou a jogar no Santos FC aos 15 anos, pela seleção nacional aos 16, e venceu sua primeira Copa do Mundo FIFA aos 17. Foi o único futebolista a ter feito parte de três equipes campeãs de Copa do Mundo.
Em sua carreira, marcou 1281 gols em 1363 partidas, número que fez dele o maior artilheiro de toda história do futebol. Seu milésimo gol foi marcado em 19 de novembro de 1969, no Maracanã.
Desde sua aposentadoria em 1977, Pelé tornou-se um embaixador mundial do futebol, também tendo passagens pelas artes cênicas e empreendimentos comerciais. É atualmente o Presidente Honorário do time de futebol americano New York Cosmos. Em 2000, a FIFA o elegeu Jogador de Futebol do Século XX.
Tostão
Eduardo Gonçalves de Andrade, conhecido como Tostão, nascido em Belo Horizonte (MG), em 25/01/1947, tem, hoje, 67 anos. Ganhou o apelido de Tostão ainda criança, aos 7 anos, quando foi “convocado” para reforçar o time de várzea de seu bairro. Como era o mais mirrado e o mais novo do time, ganhou o apelido de Tostão.
Iniciou sua carreira no futebol de salão do Cruzeiro em 1961 e estreou na Seleção Brasileira em 1966. Em 1969, ao lado de Pelé, levou o Brasil à classificação para o Mundial do México.
Em 1975, passou no vestibular da Escola de Medicina da UFMG – formou-se em 1981 –, recolhendo-se a uma vida simples, tipicamente mineira, ao lado de sua mulher e seus filhos.
Voltaria ao futebol em 1994, como comentarista esportivo e colunista de várias televisões e jornais. Em 1997, com 50 anos, médico e comentarista de futebol, Tostão reencontra um novo prazer na vida: escrever. Lançou o livro de memórias “Lembranças, Opiniões e Reflexões sobre Futebol”. Posteriormente, tornou-se colunista esportivo do jornal mineiro “Diário da Tarde”, de Belo Horizonte, passando depois para o “Estado de Minas”. Hoje, sua coluna é publicada pela “Folha de São Paulo” e vários outros jornais brasileiros.
Rivellino
Roberto Rivellino, nascido numa família de imigrantes italianos, em São Paulo (SP), em 01/01/1946, tem, hoje, 68 anos. Começou sua carreira como amador no Clube Atlético Indiano na capital paulista. Sua carreira profissional teve início no Corinthians, após ter sido recusado em uma “peneira” no Palmeiras.
Rivellino foi um dos destaques da seleção que venceu a Copa de 1970 e recebeu o apelido dos mexicanos de “Patada Atômica”.
Em 1978, seu passe foi vendido para o Al Hilal, da Arábia Saudita, onde foi campeão da Copa do Rei e campeão nacional. Desavenças com o príncipe Kaled fizeram com que Rivellino encerrasse sua carreira mais cedo, em 1981, aos 35 anos.
Fora dos gramados, Rivellino tornou-se comentarista de futebol. Na Copa da França, em 1998, trabalhou na TV Bandeirantes. Em 2004, foi dirigente no Corinthians. O ex-jogador ainda possui uma escolinha de futebol em São Paulo. Segundo o craque argentino Maradona, foi no jogador brasileiro que ele se espelhou para adotar o seu estilo de jogo.
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