afrase é do juiz Manoel Maximiano Junqueira Filho, que, em 5 de julho de 2007, em sentença proferida, rejeitou a queixa-crime apresentada pelo jogador do São Paulo, Richarlyson, contra o diretor do Palmeiras, José Cyrillo Jr., que insinuou, em programa de TV, que o jogador era gay.
Pesquisa realizada pelo Datafolha, que ouviu 1.091 moradores da cidade de São Paulo no dia 09 de agosto, aponta que 79% dos paulistanos reprovaram a atitude do juiz Manoel Maximiano Junqueira Filho.
A pesquisa destaca, inclusive, que os paulistanos acham que os homossexuais podem, sim, seguir a carreira no futebol, bem como na maior parte das profissões inclusive cargos públicos. Mas a dúvida é: o paulistano realmente considera o juiz preconceituoso ou a sociedade é hipócrita?
“As pessoas tendem a ser politicamente corretas em pesquisas como essa, e não exibir preconceito. A ideologia vigente é a da aceitação da diversidade. Quem não legitima essa idéia se sente excluído. Por isso seria interessante perguntar a essas mesmas pessoas se elas aceitariam um filho gay. O resultado seria diferente”, afirma a professora de psicologia social do Mackenzie Anete Souza Farina.
No resultado da pesquisa apresentada, quando são questionados sobre sua própria orientação sexual, apenas 1% dos entrevistados afirmou ser homossexual e, do total, 94% dizem ser heterossexuais, 1% afirmam ser bissexuais e 4% não responderam à pergunta. “Esses números não correspondem à porcentagem real de homossexuais que vivem em São Paulo”, disse Anete.
“A boa aceitação de gays no futebol e no ensino indica que, para a sociedade, o mais importante é a habilidade e o desempenho de quem as exerce, e não sua orientação sexual. Entre padres, esse índice cai porque é uma atividade mais ligada a valores morais do que ao talento, lembrando que o celibato (não poder se casar) no caso dos padres, é um obstáculo natural ao exercício da sexualidade, seja ela qual for”, enfatiza o psicoterapeuta e psiquiatra Alexandre Saadeh, professor da Faculdade de Psicologia da PUC-SP.
A pesquisa também mostra que 69% dos entrevistados acham que gays podem assumir a Presidência da República, contra 77% para senadores ou deputados federais. Em relação ao índice de aceitação ser mais baixo para presidente da República do que para outros cargos públicos, Saadeh afirma que o grau de representabilidade pode ter reflexo no resultado e um presidente representa mais um cidadão do que um senador.
A pesquisa revelou maior tolerância entre mulheres: 83% delas acham que gays podem jogar futebol profissionalmente, contra 76% dos homens que pensam da mesma maneira.
Fonte: Revista da Folha do dia 19/08/2007
Foto: Fotomontagem com foto de Fernando Santos – Folha Imagem
Redação do Portal Terceira Idade (clique aqui para falar com a equipe de redação do Portal Terceira Idade)