“Ecocídio: (do dicionário Aulete) destruição de um ecossistema, seja por ação intencional e irresponsável, seja por ignorância, inadvertência ou desconhecimento das consequências danosas.”
As principais indústrias petrolíferas mundiais, dentre elas a Chevron, Shell e British Petroleum, estão desenvolvendo um projeto de alcance global para captura do excesso de gás carbônico existente na atmosfera. O Projeto recebeu a designação de Quest CCS Project-Carbon Capture & Storage Project.
As primeiras usinas foram montadas inicialmente nos Estados Unidos, Canadá e Inglaterra, estando em pleno funcionamento. O projeto propõe a captura e a estocagem do gás carbônico a grandes profundidades, em depósitos geológicos permanentes.
A iniciativa destas empresas é louvável e vem trazer certa esperança a nós, terráqueos, porque demonstra claramente o desejo das petrolíferas de virem em socorro ao gravíssimo problema ambiental das variações climáticas e consequente aumento do Aquecimento Global que vem afetando a vida no Planeta.
Acredito que devo insistir, como faço sempre, que o Aquecimento Global, ou Efeito Estufa, é a base e a origem de todos os problemas climáticos que afetam o Planeta Terra, como tempestades, enchentes, tufões, furacões, vendavais, excesso e escassez de chuvas, variações bruscas da temperatura ambiente, secas e suas consequências.
Providências têm que ser tomadas de forma urgente, porém, possivelmente por precipitação às propostas apresentadas pelas empresas citadas acima, estão terrivelmente equivocadas. Cerca de quase dois bilhões de dólares já foram literalmente atirados no ralo e, pior, pondo em risco a vida
animal.
Vamos à explicação do por quê:
Antoine Lavoisier (1743-1794), químico francês, considerado o pai da química moderna, em meados do século 18, já dizia: “Na Natureza nada se perde, nada se cria, tudo se transforma”.
Este enunciado quer dizer que os elementos químicos existentes na Natureza, desde a formação do Planeta, são qualitativa e quantitativamente sempre os mesmos, não havendo alterações em qualidade e muito menos em quantidade, com exceção de alguns meteoritos que invadem a atmosfera, mas este fato pouco representa. Os átomos dos elementos são os mesmos de sempre, mudando apenas as posições e ângulos de suas ligações intra moleculares. A teoria de Lavoisier continua comprovadamente atual e nada mudou.
Diante do exposto, a captura do gás carbônico se torna inviável, impossível e criminosa, por vários motivos, como segue:
1. Trata-se de um gás e, como gás, se expande, ocupando grandes volumes. São necessárias 72 atmosferas de pressão para se liquefazer o gás carbônico. A pressão o faria permear pelos poros do subsolo e das rochas e, com o tempo, retornaria à atmosfera.
2. Em caso de tremores de terra, fendas ou abalos sísmicos, o gás carbônico retornaria em grandes massas, de forma rápida, e provocaria asfixia em vastas regiões por ser mais denso que o ar. Agiria como um “tsunami gasoso”, eliminando toda a vida animal que encontrasse pela frente de forma instantânea.
3. O gás carbônico é gerador, “matéria prima”, da geração do oxigênio que, pela ação da luz solar e calor em presença de água, fenômeno conhecido como fotossíntese, dá origem à biomassa. Se o gás carbônico for capturado e estocado, como pretendido, cada molécula de gás carbônico levará consigo dois átomos de oxigênio. Quantitativamente falando, 44 toneladas de gás carbônico arrastariam e neutralizariam 32 toneladas de oxigênio para retirar apenas 12 toneladas de carbono da atmosfera. Muito importante: esse oxigênio, indispensável à respiração animal, seria banido do meio ambiente para sempre, ou seja, deixaria de existir na atmosfera, sendo isolado nas profundezas da crosta terrestre.
Conclusão:
Este projeto irá ocasionar uma perigosa rarefação e futura extinção do oxigênio da atmosfera. A única saída seria a captura e estocagem no subsolo somente do carbono e, nunca, em hipótese alguma, do gás carbônico.
O Quest CCS Project-Carbon Capture & Storage Project pretende capturar e estocar no subsolo um milhão de toneladas de gás carbônico por ano. Isso significa que a atmosfera perderá aproximadamente setecentos e vinte sete mil toneladas de oxigênio a cada ano.
Neste ritmo, acredito que a vida animal, na qual nos incluímos, será extinta em 50 anos.
Totus Tuus, Maria
Fotos/ilustrações: divulgação
Engenheiro Químico e Especialista em Gestão de Tecnologia Ambiental (o colunista faleceu em 2012) (mensagens enviadas a este colunista serão respondidas pela Redação do Portal Terceira Idade)