“Cadê a gengiva que estava aqui?”

durante a escovação, você usa a escova com muita força contra os dentes? Ao comprar uma escova nova, você prefere aquelas com cerdas duras? Costuma ranger os dentes, roer unhas ou ficar mordendo objetos, como lápis, por exemplo?

Velhos hábitos, às vezes, são difíceis de mudar… Mas, se você respondeu sim a pelo menos uma das perguntas acima, você é um candidato a ter retração gengival, um deslocamento da gengiva que provoca a exposição da raiz do dente.

Entre as principais causas do problema estão o traumatismo por escovação, causado por fazer muita força contra os dentes e usar escova de cerdas duras, a inflamação da gengiva pela presença da placa bacteriana e o defeito ósseo.

Aspecto antiestético pode prejudicar a autoestima

Outro agente comum da retração gengival é o mau posicionamento dentário – normalmente notado por volta dos 10 anos de idade. Isso significa que um dente pode protruir (ser projetado para frente) quando os permanentes começam a forçar a gengiva. Há ainda mais causadores da retração, como trauma oclusal (forças excessivas sobre o dente causadas por má posição dentária ou restaurações “altas”), movimentos ortodônticos realizados de maneira incorreta, pouca espessura do osso que recobre a raiz, gengiva fina, próteses mal adaptadas e hábitos nocivos (ranger os dentes, roer unhas e morder objetos como lápis).

“A retração gengival pode gerar dificuldades de higienização, inflamação gengival, hipersensibilidade radicular provocada por estímulos térmicos ou contato, sensibilidade gengival durante a escovação ou a mastigação e aspecto antiestético ao sorrir ou falar, o que é altamente prejudicial à autoestima do paciente”, explica a especialista em periodontia e franqueada da OdontoCompany Campo Grande, no Rio de Janeiro, Aline Gomes Silva.

Segundo a profissional, também existe o risco de exposição total da raiz, aumentando as chances do aparecimento de cáries, e até mesmo da perda do dente nos casos de doença periodontal. “Nesse caso, o paciente não perde apenas altura de gengiva, mas também de osso”, completa.

Boa notícia

A boa notícia é que existe tratamento para a retração gengival. Segundo o cirurgião-dentista e franqueado da OdontoCompany Andradina, no interior de São Paulo, Alexandre Milanezi Nogueira, assim que for identificada a origem do problema, é possível determinar o melhor tratamento.

“Em alguns casos, a retração gengival pode ser coberta por meio de uma cirurgia, com técnicas específicas e que trabalha em um ou dois dentes, no máximo. Quando a operação não é possível, aí é preciso focar o tratamento na redução e no controle da sensibilidade”, diz o especialista.

De acordo com Nogueira, o paciente também deve tentar evitar a evolução da retração gengival por meio da escovação adequada, da limpeza regular, da eliminação de hábitos nocivos e, se for o caso, corrigindo a má posição dentária com o uso de aparelho ortodôntico.

_{Fotos/ilustrações: divulgação
Fonte: OdontoCompany}