uma característica das pessoas idosas é que, com muita frequência, elas são portadoras de múltiplas doenças que requerem, por sua vez, diversas medicações. Muitos pacientes queixam-se, e com razão, da fragmentação do cuidado de sua saúde. Assim, o médico geriatra tem o papel de ser o médico da pessoa, ao invés do médico da doença.
Ele tem formação para cuidar das doenças mais frequentemente associadas ao envelhecimento e deve reconhecer os limites de sua atuação, sabendo quando e para que especialista encaminhar. Em casos complexos, o paciente pode precisar de uma equipe multidisciplinar que inclui médicos especialistas e outros profissionais da área da saúde. Nestas situações, o geriatra pode ter o papel de “gerenciador” do cuidado de saúde do idoso.
Outra atuação importante do geriatra é na promoção de saúde do idoso, o que inclui os exames de rotina (ou check up), orientações de estilo de vida, como dieta e exercícios e medidas de prevenção de doenças como vacinas e suplementação de cálcio.
A geriatria e a morte
Uma das áreas de grande importância na atuação do médico geriatra são os cuidados ao fim da vida em pacientes idosos com doença avançada. Quando se esgotam as possibilidades de resgate das condições de saúde do paciente, e a possibilidade de morte próxima parece inevitável e previsível, as prioridades no cuidado desta pessoa se modificam completamente.
Estas situações exigem do profissional não só um profundo conhecimento médico sobre o controle de sintomas visando o conforto, como também uma enorme capacidade de se comunicar e uma disponibilidade interna, emocional, de acolher não só o paciente, como também as pessoas ao redor dele, familiares ou não.
Existe terapia antienvelhecimento?
O envelhecimento é um processo contínuo ao longo da vida, encerrando apenas com a morte. Os avanços sociais, econômicos, tecnológicos, farmacêuticos e de atenção à saúde já alcançados possibilitam que um número cada vez maior de indivíduos alcance idades cada vez mais avançadas em situações cada vez melhores de saúde. No entanto, não é possível “não envelhecer”.
As tentativas de reverter ou retardar o processo de envelhecimento não têm comprovação científica, e, portanto, suas aplicações não são justificadas. Assim, o papel do geriatra não é evitar o envelhecimento e, sim, promover o envelhecimento com saúde e qualidade de vida.
Fotos/ilustrações: divulgação
Redação do Portal Terceira Idade (clique aqui para falar com a equipe de redação do Portal Terceira Idade)