Quando a professora da faculdade de Yale, nos Estados Unidos, Becca Levy, começou a conduzir sua pesquisa sobre a psicologia do envelhecimento, ela costumava pedir às pessoas que pensassem em cinco palavras para descrever uma pessoa idosa. Nos EUA, a resposta mais comum era “perda de memória”. Na China, era “sabedoria”.
Como sua pesquisa descobriria, a resposta à essa pergunta teve grande impacto. Sua resposta pode mudar fundamentalmente como você envelhece – até mesmo adicionando 7,5 anos à sua vida.
Percepções mais positivas do envelhecimento
No seu novo livro “Quebrando o código da idade: como suas crenças sobre o envelhecimento determinam quanto tempo e bem você vive” (sem tradução no Brasil), Levy baseia-se em décadas de pesquisa e entrevistas para mostrar como as crenças positivas da idade são a chave para aproveitar nossos anos dourados – e manter nossa saúde.
“Em estudo após estudo que realizei, descobri que pessoas mais velhas com percepções mais positivas do envelhecimento tiveram melhor desempenho físico e cognitivo do que aquelas com percepções mais negativas”, escreve Levy. “Eles eram mais propensos a se recuperar de deficiências graves, lembravam melhor, andavam mais rápido e até viviam mais”, explica Becca.
As descobertas de Becca Levy são mais oportunas do que nunca. Pela primeira vez na história, agora há mais pessoas em todo o mundo com mais de 64 anos do que com menos de 5 anos. Alguns até se referiram a isso como um “tsunami de prata” ou “onda prateada”.
“A sociedade me diz que ser velha é vergonhoso…”
Mas como vivemos mais do que nunca, as crenças de idade nos EUA estão se tornando cada vez mais negativas. De programas de TV a anúncios a quem tem acesso a tratamento médico de qualidade e oportunidades de emprego, o preconceito de idade é abundante e a cultura americana trata a velhice como se isso inevitavelmente significasse “esquecimento, fraqueza e declínio”.
Como uma inglesa mais velha escreveu a Levy: “Francamente, sinto vergonha de ser velha. Por quê? Porque a sociedade me diz que é vergonhoso”.
Quando atingimos a velhice, Becca diz que os estereótipos de idade que absorvemos em nossa juventude se tornam uma profecia autorrealizável: nos preparamos para esperar que nossas mentes e corpos diminuam na velhice – então, é menos provável que nos engajemos em comportamentos que nos mantêm saudáveis, vendo isso como fútil.
“Sabedoria, graça… e um bom vinho”
A boa notícia: não importa sua idade, a pesquisa de Becca mostra que suas crenças de idade não são fixas. Ela descobriu que todos nós temos crenças positivas sobre o envelhecimento – elas só precisam de ativação.
E uma maneira fundamental de desenvolver crenças mais positivas é celebrar as pessoas mais velhas que estão contrariando os estereótipos negativos de idade e provando que envelhecer pode ser ótimo.
Conclusão de Becca Levy: A crença de que não podemos ser ativos na velhice é um mito. “Se você decide começar a correr aos sessenta anos, pular na piscina pela primeira vez aos setenta ou fazer caminhadas em qualquer idade, importa menos quando e o que você faz do que construir crenças positivas de idade e confiar nisso. Seu corpo responderá na mesma moeda”, escreve ela.
Basta seguir a dica da irmã Madonna Buder, freira de 91 anos e uma das participantes da pesquisa, e as primeiras palavras que lhe vêm à mente quando pensa em envelhecer: “Sabedoria, graça… e um bom vinho”.
Foto: Ramos Ventana
Fonte: New York Post
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Redação do Portal Terceira Idade (clique aqui para falar com a equipe de redação do Portal Terceira Idade)
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Tenho 72 anos. Pratico Slekline a 7 anos e me sinto muito bem.