aprimeira vez que o Rio de Janeiro tentou abrigar um Pan foi na edição de 1959, mas perdeu a concorrência para Cleveland. A cidade desistiu depois de não conseguir suporte financeiro do governo dos EUA. Foram consultados, então, Rio de Janeiro e a cidade da Guatemala, porém nenhuma das duas mostrou ter condições econômicas de promover a disputa. Chicago se ofereceu para ser a sede e solucionou o problema (reprodução do cartaz do Pan 1959, ao lado).

Apesar de este ano ter sido o da consagração de Adhemar Ferreira da Silva, tricampeão do salto triplo e o da revelação de Gérson, que viria a ser o futuro campeão do mundo em 1970, o Pan de 59 também foi palco de um assassinato.

Foi em Chicago, cidade ironicamente conhecida por seus gângsters, que o corpo do remador Ronaldo Duncan Arantes (foto), tio do futuro nadador Rômulo Arantes, foi achado por policiais, atingido por tiros.

A polícia tentou encobrir o caso, divulgando uma versão de suicídio. Pouco depois surgia a hipótese de que ele se envolvera com uma gangue especializada na venda de armas. Depois, surgiu um rumor de que o atleta teria um caso com a mulher de outro membro da delegação brasileira. O crime nunca foi esclarecido.

O remo brasileiro conquistou duas medalhas em Chicago: prata no ‘dois sem’ e bronze no ‘quatro com’, prova em que Arantes integraria a equipe.

Adhemar Ferreira da Silva, que já era bicampeão olímpico e panamericano, se consagrou com o tricampeonato no salto triplo. Foi o primeiro competidor a obter esse feito no atletismo do Pan.

Organizado às pressas, o evento não ficou livre de polêmicas e falhas. Nos 60 metros, as atletas rivais denunciaram que Isabelle Daniels havia queimado a largada antes de vencer a prova. Mesmo assim, a americana não foi desclassificada. Nos 100 metros do decatlo, Philip Mulkey marcou 12s01. Após uma hora, foi divulgado 12s. O resultado foi corrigido novamente, pouco depois para 12s01. O norte-americano ficou com a prata.

O vôlei feminino obteve feito inédito, bateu os EUA por 3 a 1, ganhando o primeiro ouro do Brasil em esportes coletivos. A seleção masculina de basquete, que meses depois seria campeã mundial, não passou de um bronze.

No futebol, o placar deu Brasil 1×1 Argentina. Aos brasileiros, restou somente a revelação de um habilidoso meia do Flamengo Gérson que, onze anos depois, se consagraria tri-mundial no México.

Nas piscinas, o destaque foi Christine von Saltza, que acumulou cinco ouros: 100 m, 200 m, 400 m, 4 x 100 m livre e 4 x 100 m medley. Na Olimpíada de Roma, no ano seguinte, a norte-americana conquistaria mais três ouros e uma prata.

_{Fotos: Divulgação – Arq. Folha de S. Paulo}