oPan sediado no Brasil, em 1963, foi realizado com poucos recursos, mas os brasileiros atraíram torcidas e conseguiram o melhor resultado de todos os Pans, com o segundo lugar no quadro de medalhas.
O principal local do evento foi o Complexo do Pacaembu, com disputas de atletismo, boxe, futebol, judô, lutas, natação e parte das provas de hipismo, além das cerimônias de abertura e encerramento.
Numa campanha para arrecadar fundos, os organizadores apelaram para a venda de adesivos e faixas de apoio à competição. Deu certo, cerca de 40 mil pessoas lotaram o estádio para ver a cerimônia de abertura.
Ainda sem grande estrutura, o Comitê Olímpico Brasileiro recebeu uma oferta do empresário Eron Alves de Oliveira, que ofereceu 500 uniformes para a delegação brasileira, sendo convidado para integrar o comitê organizador.
O futebol brasileiro festejou o primeiro título pan-americano com uma seleção que ostentava dois futuros campeões mundiais: Carlos Alberto Torres e Jairzinho. No boxe tivemos uma ótima participação com medalhas para os anfitriões: Rosemiro dos Santos (pena), Elcio Neves (médio-ligeiro) e Luís César (médio) conquistaram o ouro.
João Henrique (peso leve), medalha de prata no Pan, chegou às quartas-de-final da Olimpíada de 1964. Como profissional, já na categoria meio-médio-ligeiro, lutou quatro vezes pelo título mundial, infelizmente perdendo todas. Foi considerado o destaque do Brasil após os Jogos de 1963. Morreu em um acidente de ônibus, em 1982.
No tênis, brilharam no masculino Ronald Barnes, que ganhou medalha de ouro em individual e em duplas, com Carlos Fernandes, e no feminino, Maria Esther Bueno, vencedora três vezes em Wimbledon e quatro vezes no Aberto dos EUA, triunfou no Pan no torneio individual ganhando medalha de ouro e em duplas. Levou a prata, ao lado de Maureen Schwartz.
Na vela, com seis títulos disputados, o Brasil ficou com três, graças a atletas de ascendência européia: Hans Domscke (finn), Joaquim Roderbourg e Klaus Hendricksen (flying dutchman) e os irmãos Reinaldo e Ralph Conrad (snipe).
O atletismo nacional não levou ouros. Íris Gonçalves dos Santos ao menos demonstrou versatilidade. Foi prata no salto em distância e bronze no lançamento de dardo. Não contávamos com Adhemar Ferreira da Silva.
Até hoje, a única brasileira a conquistar medalha em dois esportes diferentes em PAN, foi Vera Trezoitko, que conquistou a medalha de prata no arremesso de peso em Buenos Aires (1951) e em São Paulo (1963) integrou o time de vôlei feminino, bicampeão pan-americano.
Fotos: Divulgação – Arq. Folha de S. Paulo
Coordenadora de redação e interatividade do Portal Terceira Idade (clique aqui para falar com a colunista)