em 1955, o Comitê Olímpico Brasileiro – COB, estava sem recursos para levar nossos atletas ao México, e pediu ajuda ao governo federal, que realizou a viagem de nossos atletas em desconfortáveis aviões da Força Aérea Brasileira – FAB. A operação demorou cinco dias.
Devido à chegada ao México às vésperas do início da competição e não tendo tempo para adaptação da equipe à altitude local (2.250 m acima do nível do mar), o desempenho de nossos atletas foi pífio, o pior do país em Pans: dois ouros, três pratas e 13 bronzes.
A preocupação nos primeiros dias foi com a anoxia (termo usado para definir problemas decorrentes do ar rarefeito em altitudes como a da capital mexicana, que geram baixa oxigenação no sangue). Edgard Freire não concluiu os 10.000 metros e, assim como ele, vários outros atletas passaram mal. O tempo ideal para se adaptar à esta altitude seria de 20 a 30 dias.
O maior herói foi Adhemar Ferreira da Silva, que no salto triplo ganhou o ouro, saltando 16,56 metros, superando em 33 cm o recorde mundial de Leonid Cherbakov. O feito foi inesperado até para o atleta, pois ele só queria passar o venezuelano Arnaldo Devonish (que vivia dizendo que ganharia de Adhemar), que cravara 16,13 metros.
O outro título pan-americano para o Brasil foi conquistado pelo pugilista meio-pesado Luiz Inácio, vencendo, na final, o argentino Abel Escalante por pontos.
Outro recorde mundial no atletismo foi obtido pelo norte-americano Parry O’Brien no arremesso de peso: 17,59 metros. Ele havia revolucionado sua prova em 1951, quando desenvolveu a técnica de iniciar o movimento de costas para o local de arremesso. O’Brien, em olimpíadas, somou dois ouros (1952 e 1956) e uma prata (1960), sendo o primeiro atleta a triunfar em mais de cem competições seguidas.
A altitude prejudicou bastante os competidores da maratona. O primeiro ouro pan-americano da Guatemala foi conquistado com a ridícula marca de 2h59min09s por Doroteo Flores, a pior de um vencedor na história dos Jogos.
Na natação, o domínio foi da América do Norte, com 15 títulos em 16 provas. Destaque para Wanda Werner (EUA), ouro nos 200 metros e no 4 x 100 metros livre, bem como no 4 x 100 metros medley e prata nos 100 metros livre.
Fotos: divulgação
Coordenadora de redação e interatividade do Portal Terceira Idade (clique aqui para falar com a colunista)